"Uma vida que não é examinada não merece ser vivida!"
Sócrates

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Educar para a Liberdade

O cerne do processo educativo é a verdade. A base onde se edifica o processo é constituída por inteligência e verdade, que é seu objeto. O homem se torna livre tanto quanto conhece. Se conhece mais, é tanto mais livre. "Conhecereis a verdade e ela vos fará livres." (Jo 8, 32) O educando deve se ocupar da pergunta de Pilatos: "Que é a verdade?" (Jo 18, 38) pois o homem, para ser livre, precisa conhecê-la e testemunhá-la. Testemunhar a verdade é testemunhar a própria liberdade.: "Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade." (Jo 18, 37)
Educar conduzindo, como pensou Aristóteles, implica fazer com que o educando seja protagonista da sua educação, logo, a vontade livre do educando deve corresponder à ação consciente do educador que atentará para o fato de que o método é o caminho, não o ponto de chegada! Tem-se, de fato, adestrado muito em vez de educar. O educando (adestrando) não se torna capaz de pensar, de discernir, de avaliar, de julgar... não descobre verdadeiros valores, uma vez que a vontade só é livre se apetece o bem e só pode apetecê-lo se o conhece como tal só podendo discerni-lo do mal se for iluminada pela verdade que por sua vez só é descoberta paulatinamente no processo educativo. Daí se acharem críticos aqueles que repetem frases feitas e também aqueles que pensam que pensar e ser livre é discordar de tudo e todos, ficando escravos da dúvida. Ora, se etimologicamente ‘educar’ sugere tirar de dentro, esse tipo de processo resulta em fechar o educando em si mesmo impedindo-o até de formular questões cruciais a existência humana. Esse tipo desastroso de processo educativo (adestramento) diminui o homem, que é um não acabar de possibilidades que precisam ser atualizadas para que conquiste a sua liberdade interior, para que seja ele mesmo, pois não nasce pronto.

Um comentário:

  1. Educar para a liberdade é oferecer, dentre outras coisas, condições ambientais onde O educando possa conquistar as suas aptidões, nos tempos e momentos certos, respeitando a maturidade completa, de cada aquisição.
    A prática de educar começa na auto-educação, no refletir os hábitos e escolher com liberdade e consciência, o que em mim é digno de ser imitado, e o que posso, através da minha vontade e empenho modificar ou apreender como exemplo para o meu educando. Certamente ninguém é perfeito, mas acredito que todos podem ser melhores em si mesmos.

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