Muito se fala e se ouve sobre o amor de Deus. E, no entanto, pouco se entende de fato do que se trata, quando se fala dele.
A gente participa de encontros, ouve palestras, homilias, ou lê um artigo como esse ou um capítulo de um livro e não raro se depara com esse tema sendo tratado.
Não quero aqui deter-me em considerações sobre a natureza divina. Já muito se ouviu dizer que Deus é Amor! (1 Jo 4, 8)
Quero abordar aqui a grande dificuldade que se tem em confiar nesse amor, sendo nós como somos...
A indagação difícil de calar é: “como é que Deus pode me amar se eu sou do jeito que eu sou? Se eu faço tudo o que eu faço? Se eu peco tanto?”
Desde o “Não faça isso! Papai do céu não gosta!” de quando éramos pequeninos, fomos sendo educados para crer num Deus que nos ama se acertamos, mas se não... O que nos leva a tomar distância dele..., a nos esconder tal qual fazíamos quando sabíamos que íamos ser reprovados por nossos pais depois de aprontar alguma!
Penso que a maior dificuldade de nos entregar docilmente a esse amor deriva do fato de termos de Deus uma idéia de Ser mal-humorado que está sempre disposto a reprovar e castigar sempre que não o agradarmos com nossa conduta. Sim, Deus é justo Juiz! Contudo, é pelo mesmo fato de ser a justiça mesma que Ele sabe até das motivações que não conhecemos quando cometemos tais e tais atos. Não é incrível que quando são João fala das faltas que cometemos, ele se refira ao Deus que está pronto a perdoá-las como sendo ‘fiel e JUSTO’? (cf.: 1 Jo 1,9)
Qualquer um esperaria que o versículo mencionasse um Deus que está pronto a perdoar por que é ‘fiel e MISERICORDIOSO’!
Então, assim entendemos que nada é mais justo que a justiça de Deus, que conhece todas as coisas e é maior que o nosso coração quando ele nos condena. (cf.: 1 Jo, 3,20) Quem nos condena é o nosso coração (consciência) e não Deus! O que se diz de condenação divina só ocorre quando o nosso coração nunca nos condenou..., e vivemos como quem nunca precisou de perdão! Aí Deus nos ‘condena’ pelo puro e simples fato de que não pôde nos perdoar... por que NÓS não quisemos ser perdoados.
Não precisamos e nem podemos ter medo deste Deus! Ele é Amor! E é assim que o Amor nos ama: promovendo-nos, não nos condenando!
Agora é momento de mudar a indagação, que, esta sim, não pode calar: “Se Deus me ama tanto e até me ama como sou, por que eu faço tudo o que eu faço? Por que eu peco tanto?
É preciso estar convencidos de que não podemos merecer o amor que Deus nos tem! Mesmo por que, amor merecido não é amor, pois pra ser amor precisa ser gratuito! “Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores.” (Rm 5,8)
Amor incondicional! Eu não preciso fazer coisas boas antes, pra só depois ser amado! É justamente e misericordiosamente esse Amor que me faz bom e me ensina a agir bem, claro, imitando-O! Doce e salutar conclusão:
Deus não me ama por que TUDO o que EU FAÇO é bom! Deus me ama por que TUDO o que ELE FAZ É BOM!!! (Gn 1,31)
Logicamente isso não quer dizer que devemos pecar à vontade já que Deus nos ama como somos. Mas, posto que nos ama sem merecermos, agora o que nos resta é ser-lhe gratos eternamente sabendo que nunca vamos conseguir amá-LO como Ele merece! Sim, pois se há uma pessoa que merece ser amada, é Deus!
Dúvidas, questionamentos e sugestões para um eventual próximo artigo, deixe-os aqui nos comentários.
O amor pede uma expressão, e, a sua expressão é favor ou graça. Essa expressão da graça vê-se quando entendemos o alvo do amor e o resultado de tal amor. A maior expressão do amor de Deus é Cristo. Por ter dado Cristo sabemos que Ele não deixará faltar algo para os Seus.
ResponderExcluirSeu artigo é ótimo. Parabéns amigo.